sábado, 16 de janeiro de 2010


2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade

Muito tem sido dito e escrito sobre a perda da biodiversidade com que o mundo se confronta a cada dia que passa, suas causas e consequências.
Não vamos dissertar sobre o tema mas antes marcar a nossa posição, de acordo com o espírito que nos anima, e dar um pequeno contributo no sentido de tentar inverter esta tendência. Em parceria com a Associação Colher para Semear iremos promover o uso de variedades tradicionais na Quinta da Serra e temos como objectivo próximo ser guardiões de sementes, preservando algumas espécies hortícolas tradicionais que possam estar ameaçadas. Iremos “apadrinhamos” uma(s) variedade(s) que nos comprometemos multiplicar, devolvendo parte da sua colheita anual, devidamente seleccionada, à Associação, quer para ser integrada no seu banco de sementes quer para ser distribuída por outros sócios que a(s) queiram cultivar.

Lançamos o desafio a quem nos quiser acompanhar.


COLHER PARA SEMEAR
Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais




PORQUÊ PRESERVAR VARIEDADES TRADICIONAIS?

A perda da biodiversidade agrícola, em todo o mundo, é da ordem dos 75%, segundo estudo da FAO em 1984. A situação portuguesa contribui certamente para este panorama, tendo em conta o número de variedades desaparecidas nas últimas décadas das nossas hortas e pomares. Poderemos apontar várias razões para esta situação.A generalização do uso de sementes híbridas na agricultura contribui para aumentar a pobreza varietal e também para a dependência dos agricultores: devido à degeneração e perda natural de vitalidade destas sementes logo à segunda geração, a sua compra anual torna-se necessária. O comportamento actual dos agricultores que deixam de colher sementes das suas culturas, preferindo comprar os lindos pacotes que os cativam com as fotografias e as promessas de boas colheitas, é outra destas razões.Por outro lado, a aglutinação das pequenas casas de sementes, geralmente por parte das multinacionais do ramo, reduziu drasticamente a oferta de variedades regionais e tradicionais, pois estas não têm qualquer interesse económico num sistema globalizado. Por essa razão, hoje cultivam-se as mesmas variedades por todo o mundo, não se adaptando estas, como é óbvio, a todos os climas, microclimas e tipos de solos existentes. Consequentemente, necessitam de uma gama enorme de biocidas para completar o seu ciclo, contribuindo assim para os efeitos sobejamente conhecidos de poluição a vários níveis, e para a redução da qualidade alimentar.As variedades que empreenderam uma viagem ao longo de inúmeras gerações para chegarem até nós foram cuidadosamente criadas e acompanhadas, muitas vezes com grandes sacrifícios, pelos nossos antepassados. São a nossa herança mais preciosa, elas são a vida em forma de semente, são o nosso passado sem o qual não existiria vida em nós. Cabe-nos portanto dar continuidade a essa herança que nos foi tão generosamente cedida, semeando estas variedades, dando-lhes vida e utilidade, podendo assim ser vistos com orgulho por aqueles que nos antecederam, e também pelas gerações vindouras.


OBJECTIVOS DA ASSOCIAÇÃO:

Inverter a situação actual de contínua perda de biodiversidade genética agrícola, por meio da recolha, cultivo e catalogação das variedades tradicionais ainda existentes;

Formar e incentivar os agricultores para a recolha anual das suas próprias sementes, assim como estimular a sua troca, assegurando-lhes uma independência e autonomia em termos de sementeiras;

Contribuir para o conhecimento do nosso património vegetal, promovendo e participando em colóquios e feiras com exposição de sementes, levando o tema onde for necessário;

Promover o uso de variedades tradicionais em agricultura biológica por estas estarem melhor adaptadas ao local de cultivo e terem menos problemas fitossanitários;

Estimular o uso de legumes esquecidos, para uma maior diversidade alimentar e uma culinária mais rica, atractiva e completa;

Dar a conhecer aos jovens a herança que nos foi transmitida pelos nossos antepassados, pois cada semente tem um percurso e uma história própria;

Defender a segurança alimentar continuando a semear as nossas variedades tradicionais de polinização aberta, perfeitamente adaptadas ao seu meio de origem, em detrimento das práticas actuais que usam as sementes híbridas e, no pior dos cenários, as sementes transgénicas ou geneticamente modificadas.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Cultura de Inverno

Alegrem-se os que participaram na plantação de Inverno na Quinta da Serra: as couves cresceram muito pouco mas não foram arrastadas pela abundante chuva que tem caído; as favas estão a despontar.
Abaixo deixamos o testemunho.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Bom Ano de 2010

Esperamos que 2010 seja um bom ano para todos.

2009 não acabou da melhor maneira para alguns. O mau tempo que se abateu, essencialmente sobre a zona Oeste, tambem chegou ao Ribatejo e fez alguns estragos.
Aqui vão algumas fotos das estufas do Joseph Krestschi em Aveiras e aqui, na Quinta da Serra, em Manique do Intendente.